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sexta-feira, agosto 20, 2010

ETAPA GRAN VALIRA 1

















O dia tornou a despertar soalheiro, e o pelotão tinha a partida marcada para bem cedo, em direcção à estância de Soldeu, onde se situa o bike park GranValira. Os Albertos que conseguiram dormir (e não foram todos...) apresentaram-se para o pequeno-almoço, mas o ambiente era marcadamente pesado. O Alberto Rosnador tinha deixado a aberta a gaiola dos pombos que trouxe de Lisboa, e estes, vendo a oportunidade, fugiram sem pedir licença. Este acontecimento acabou por marcar o resto do Tour, já que foi notório o seu impacto na má disposição do camarada Rosnador.

A caravana arrancou em direcção ao destino sem saber que um contratempo a esperava. Na “taquilla” do bike park, chegou a informação que o forfait adquirido no dia anterior só era válido para VallNord, pelo que não poderiam realizar ali a etapa prevista. O irmão Schleck mais velho (o que é careca) puxou do seu melhor castelhano e colocou uma tremenda pressão na senhorita Tini, que para não ter que ouvir mais aquela imitação perfeita do PM Sócrates, lá emitiu os almejados cartõezinhos, com a promessa que no dia seguinte a equipa teria de “arreglar todo con los de VallNord”. A subida da primeira contagem de montanha fez-se sem outra novidade que não a inexplicável incapacidade do Alberto Stressador em colocar a sua montada na Telesilla, para repetido gáudio dos espectadores que se acumulavam à borda da mesma. Esta novidade circulou depressa pelo bike park, de tal forma que a cada paragem imprevista do remonte, já todos comentavam à boca cheia “ai viene el Stressador y su bici”. Alcançado o cume de Els Bassots, as descidas prosseguiram a bom ritmo durante o que restava da manhã, pautando-se aqui e ali por alguns acessos de mau humor e ameaças de rotativos por parte do Alberto Rosnador, quer às pedras que se atravessam no caminho, quer às famílias que pretendia tomar a sua refeição descansadas, sem terem o Alberto Stressador à sua mesa, ainda que a companhia fosse agradável.

Terminado o abastecimento sólido, o pelotão continuou pela tarde em bom ritmo, animado pelas constantes discussões entre os irmãos Schleck, na sua incansável luta para saber qual dos dois é o pior (coisa que ainda não descobrimos, se bem que nesta parte da etapa o Schleck mais novo apresentou de longe a desculpa mais sincera de toda a semana. “Este salto não, que me dói a barriga”). O ar da montanha fez ainda mais estragos a nível psicossomático nos corredores, como atesta a súbita mudança de personalidade do Alberto Trancador, que resolveu descarregar em cima da bicicleta a sua notária falta de jeito, e ainda pelas constantes lembranças ao pelotão das várias lesões traumáticas de que padecia o camarada Alberto Roncador (sem dúvida ao nível do aparelho reprodutor) e que o impediam de negociar com êxito alguns pequenos obstáculos que a etapa propunha. Shores, duplos, mesas, step-ups, road-gaps, nada escapou à extensa lista de mazelas do ciclista da Damaia. Todos estes acontecimentos não passaram despercebidos à lente atenta do Alberto Filmador, que também ele não esteve imune a alguns percalços, prontamente atribuídos à “falta de qualidade do traçado”.

O vento frio da tarde anunciou que o final da etapa de aproximava, e enquanto rolavam em pelotão a caminho da meta, havia ainda uma contagem de categoria extra que não estava prevista, e que apenas os corredores que ainda reservavam alguma estaleca foram capazes de superar: a passagem por Coll d’Ordino. Foi por isso sem surpresa que o pelotão viu saltar para a cabeça da prova e desaparecer pelo alcatrão fora os Albertos Filmador, Stressador e Trancador, numa descida vertiginosa que incluiu várias tentativas de pega de caras contra os veículos que circulavam em sentido contrário.

Já depois do jantar, e enquanto assistiam às filmagens do dia (e a mais um desfile de equipamento TLD – colecção 2042), os ciclistas concordavam que teriam de repetir a etapa, mas com algumas condicionantes:

Alberto Filmador: “Sim, mas têm de melhorar as escapatórias”

Alberto Stressador: “Sim, mas têm de mudar os suportes das telesillas”

Alberto Trancador: “Sim, mas tenho de dormir”

Alberto Roncador: “Sim, mas o terreno tem de ser mais plano”

Alberto Rosnador: “Sim, mas tenho de correr estes gajos todos com rotativos na carola”

Schleck grande (leia-se “gordo”): “Sim, mas não posso trazer o meu irmão”

Schleck pequeno (leia-se “miúdo”): “Sim, mas têm de me deixar subir às árvores”

1 comentário:

Anónimo disse...

Admite se
Uma vaga
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