ETAPA VALLNORD 1

Apesar das previsões atmosféricas catastróficas que trazíamos de Lisboa, o dia amanheceu solarengo. Uns mais cedo, outros mais tarde, os Albertos saltaram da cama e prepararam-se para o pequeno-almoço. Estranhamento, o camarada Alberto Steressador apresentou-se na sala de refeições com uma roupa, e depois com outra diferente, já na hora de ir pedalar. Tudo a cheirar a novo.

Tratadas as formalidades na “taquilla” por um senhor ainda com um olho fechado, lá atacámos o primeiro prémio da montanha do dia, em Pal. Ainda bastantes receosos com o terreno desconhecido para a maioria, coube ao camarada Alberto Trancador fazer as despesas de abrir caminho. Wood park logo a começar, para grande fúria do camarada Roncador, que só dizia “Não faço este Road-gap. E aquele shore também não. Já fui enganado...”.

Despachada a subida na telecadeira para a Pla de Cot, deu-se uma volta geral pelo trilhos intermédios o resto da manhã, que foi sendo pautada pelos comentários de espanto “Ahhh, ohhhh”, por parte da generalidades dos Albertos e dos manos Schleck. O camarada Roncador continuou de mau humor, quer pelo excesso de obstáculos em terra, quer de madeira. Preparámos a descida para o almoço com uma passagem pela Maxiavalanche superior, e depois a mítica R66. O camarada Alberto Filmador foi registando com grande espanto o andamento do Alberto Trancador, com um ritmo que não se lhe conhece em terras de Sintra, o que foi confirmado pelo irmão Schleck mais novo (para os que não os sabem distinguir, o mais velho é careca e barrigudo, apesar de querer esconder este facto fazendo “peitaça”).

Ao almoço o pelotão dispersou-se pela vila, tendo os Albertos optado entre a Granja, com as suas Butifarras e “tias bienas”, e um supermercado local com sandes de fiambre Nobre... Depois ficaram muito admirados com o barrote de quem come hamburguesas e butifarras... é que sandes de fiambre é para andar nas Torgas. Aqui tem que ser com outro combustível!

Despachado o almoço, o pelotão em fuga foi alcançado pela equipa Avalanche, encabeçada pelo chefe de fila, o “Murcão”. Este saltoulogo para a cabeça da corrida, e conseguiu vergar os restantes corredores. Um a um, os Albertos Rosnador, Stressador, Roncador e Filmador foram ficando para trás. Apenas o Trancador aguentou o ritmo, tendo sido traído nos últimos metros por um furo. No melhor espírito de equipa, o infeliz Trancador ficou sozinho a remendar o furo, enquanto os restantes Albertos lá foram subindo na telecadeira, não sem antes o mano Schleck mais velho (o tal da “peitaça”) ter feito uma arriscada manobra de front flip da plataforma de embarque para o meio do chão, tudo isto com a bike ao colo.

O resto da tarde foi dedicado a explorar os trilhos do Cubil e a negociar o mini wallride.

O camarada Roncador acabou por revelar o segredo das suas esparsas idas ao pódio no campeonato nacional de DH – categoria geriátrica. E o segredo é ATALHAR. O restante pelotão adoptou imediatamente esta táctica, conforme ficou registado pela câmara do Alberto Filmador.

A descida para a meta foi feita pela Maxiavalanche inferior, o que se revelou uma escolha muito sensata. O camarada Roncador atacou forte na parte mais difícil (o alcatrão) e acabou por chegar isolado. Para este bom resultado contribuiu igualmente o facto de o pelotão ter parado a meio do trilho para reagrupar (e mesmo assim, apenas parcialmente, já que os manos Schleck fizeram questão de lutar pelo lugar de lanterna vermelha).

Antes de jantar houve tempo para um mergulho retemperador na piscina (e desta vez sem sermão aos peixes). Finda a refeição, os camaradas reuniram para ver o trabalho do Alberto Filmador, tendo ficado até altas horas a debater as melhores trajectórias (ou atalhos, dependendo do Alberto). Antes de dormir, o Alberto Stressador ainda teve tempo de exibir mais uns modelos da colecção TLD para 2030.

Ia alta a noite quando os camaradas foram dormir (ou tentar dormir, conforme o Alberto da cama ao lado...).