EPÍLOGO

A hora do despertar dos Albertos que resolveram ficar coincidiu com a chegada a Lisboa dos Albertos apressados.

Devorado o lauto pequeno-almoço no salão com vista para o jardim, àquela hora apenas visitado pelas marmotas que se banhavam na água da piscina, os descansados e inteligentes Albertos rumaram tranquilamente a casa. A viagem decorreu sem novidades até cerca de 200 km de Badajoz. E aqui, uma semana divertida em duas rodas quase acabava em tragédia sobre quatro. Com o Alberto Trancador ao volante, conhecido pelos seus dotes de condutor, eis que numa recta da Autopista uma gaja (assim mesmo, sem aspas nem nada) vem a correr, de malinha e chinelas, em alta histeria, e a atirar-se desesperada para cima dos carros que passam. Só o sangue frio (do ar condicionado) e os reflexos rápidos proporcionados pelo Focus quase parado na berma evitaram que os camaradas contabilizassem dois atropelamentos no espaço de uma semana.

Passados os momentos de tensão, deu-se a fuga dali para fora antes que houvesse (mais) sangue. O ambiente dentro do veículo era tenso: “Alberto, diz qualquer coisa, pá....” “Não, que estou muito perturbado!”. Só na segunda e derradeira operação STOP do dia, em cima da fronteira, ficámos a saber que a gaja já tinha sido levada de ambulância (ficou por esclarecer se para a morgue, se para a ala psiquiátrica do hospital mais próximo).

O Sol ainda ia alto no céu quando os avisados e frescos Albertos chegaram ao destino, tendo-se despedido com a máxima de sempre: “Fomos e viemos, e como não andámos a passear a pé na autopista, não nos aconteceu mal nenhum!”

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Mudando agora um bocadinho o registo da conversa, vamos falar de coisas sérias.

Devo dizer que foi uma semana de férias brutal e tenho pena de todos os camaradas (excepto o Magalhães) que, por um ou outro motivo, não nos puderam acompanhar.

Queria destacar em primeiro lugar que, apesar de ser um grupo de oito gajos com personalidades nem sempre fáceis, não houve desentendimentos nem “amuos”, apesar dos desencontros, roncos, trancamentos, stresses, pombos e falta deles, etc. Já vi gente a divorciar-se por bem menos.

O facto de estarmos num parque, significa que ninguém está dependente de ninguém para andar. Ainda assim, acho que fizemos 90% das descidas em grupo, o que revela que apesar de tudo, a amizade ainda fala mais alto.

Foi pena que os manos Rocha não nos tenham acompanhado a La Molina. Sentimos a vossa falta a ripar por aquelas pistas abaixo, e depois das vossas discussões no fim!

A logística pecou por dois motivos: saídas de noite, nunca mais. Se estiver calor durante dia, olha, bebe-se mais água e põe-se o ar condicionado do Paulinho a bombar. Acho que se tivéssemos saído às 4 da manhã, tínhamos chegado à mesma hora.

Depois, nitidamente, La Molina devia ter ficado para o início. Agora já estamos avisados.

Em termos físicos, acho que o grupo até esteve bem. Ninguém se aleijou (muito) e acho que a Primavera que tivemos em Sintra, com muitos Domingos de andamento, compensou.

Finalmente, os props. Para o Luís Lúcio, que foi compincha e emprestou a carrinha. Obrigado! Para o Murcão, que nos deu a dica de La Molina. Obrigado e as tuas rápidas melhoras do ombro. Para o Grilo, que mostrou o verdadeiro espírito da Militia! Valeu, companheiro.



E agora, o momento mais esperado. A atribuição das camisolas:



Camisola Amarela: Para o Fininho, que continua a ser o nosso líder, manteve sempre a calma, e ainda deu barrote a todos, mesmo com aquele pneu!

Camisola Dourada: para o Grilo, que fez mais de 2500 km para andar um dia e meio de bike. Na hora de arrancar para ir ter com os amigos, nem pestanejou!

Camisola com bolinhas Rosa: para o Ervilhas, por ter sido o líder da passerelle!

Camisola Castanha: para o Paulinho, por ter andado sempre todo borradinho de medo!

Camisola Roxa: para o Careca, para condizer com a perna!

Camisola Cinzenta: para o Roscas, por se ter visto livre dos pombos!

Camisola às Estrelas: para o Pedro Rocha, para condizer com o resto do equipamento de capitão América!

Camisola Verde: para o João Rocha. Começou por receber a camisola branca, que é do prémio da juventude, mas depois sujou-a toda de verde a subir aos pinheiros!



O Fim

Careca, o Trancador de Negras