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terça-feira, fevereiro 12, 2013

Tribike - Frio, Chuva e Lama


Mais uma missão militiana à Lousã, um dos destinos preferidos da malta.

Geralmente a Militia não se encolhe com os elementos, mas desta vez apanhámos poucas e boas.
Depois do sucesso na edição do TriBike do ano passado, tal como General MacArthur (ide pesquisar, incultos...) tínhamos prometido voltar.
E assim foi. E logo com duas equipas, ainda que uma delas tinha ido disfarçada de elevador (mas daqueles que só descem...).
Os camaradas Pedro Garcia, Careca e o nosso Ten-Cor alinharam pela equipa A, enquanto o Grilo capitaneava a equipa B, acompanhado pelo André e pelo Rui.
 equipa SFM/Liftech
Não, o AliG ainda não se juntou à militia

O camarada Fonseca resolveu repetir a experiência a solo do ano passado, mas desta vez com sapatos adequados a cada modalidade. Só não sabemos bem que história terá contado ao camarada Daniel para o convencer também a ir a solo.
Tratada a logística, ficou a partida marcada para as 7.00 em ponto. O transporte ficou a cargo do camarada Pedro Garcia, que nos mostrou que é possível andar pela serra em grande conforto. A sua Passat Long Travel fez as delícias da malta (eh pá, eu conduzo agora, não há problema, vai lá tu andar de bicicleta... onde é que é o ar condicionado desta porra??).
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Passat LT (long travel)

Feitos à estada, logo outra novidade a chegar a Tomar. A13 acabadinha de inaugurar, que em menos de um nada nos depositou em Miranda do Corvo. Chegados à Pensão Bem-Estar, e saídos da viatura, logo percebemos que o fim-de-semana ia ser duro. O termómetro indicava 2,5º. Depositada a tralha e equipados a rigor (5 camadas, nem mais...), fomos tratar do abastecimento ao Continente. Do saco de viagem e do iPhone do chefe, nem sinal. Mas a arregalamos a vista com as "padarias" que logo àquela hora por ali andavam, de tão frescas.
Logo na primeira subida para o Terreiro a VW Amarok era o centro das atenções. Nada de vidros a bater nos caixilhos, portas a saltarem ou direcção a tremer. Só calorzinho do AC e música a bombar. Um luxo, portanto

Começamos por atacar o direita/direita, apenas para comprovar os estragos do temporal de Janeiro. Muita vegetação morta e regos abertos pela água deixavam antecipar o pior. Em seguida fomos tentar o esquerda/esquerda, e surpresa! Estava É-P-I-C-O! Piso super aderente, trajectórias limpas, zero lama. Até o nosso Ten. Cor deu barrote por ali abaixo montado na Kaiser. Ainda o havemos de ver de V10 e TLD fechado a mandar-se ao gap dos burros...

Por nítida falta de experiência com o novo sistema de suporte das bikes, ainda achámos que só ia dar tempo para fazer duas descidas. Puro engano. A cada nova descida, as bikes entravam e saíam da pick-up cada vez mais depressa.


 A manhã ia ficando mais amena, e com o Sol a indicar meio-dia, decidimos rumar a Gondramaz. O cenário era o mesmo do Terreiro. Trilho da direita todo escavacado, trilho da esquerda num mimo. Ao fim de três descidas, decidimos dar ao dente, enquanto traçávamos a estratégia para a tarde. Mondraker e Trevim. No primeiro caso, desilusão total. Os trilhos caíram definitivamente no abandono e já não estão transitáveis. Pelo que já só restava subir ao Trevim para fazer o reconhecimento. O percurso da prova era quase igual ao do ano passado, apenas com uma ligeira variante na zona final, e os trilhos bem arranjados. O fim de tarde ameno e sem sinal de nuvens deixava boas indicações para o dia seguinte. Tratámos dos dorsais e rumámos à pensão, já a pensar na Chanfana do Borges.

 o antes
o depois

Despachados o suculento caprino e as batatas, fomos até à ervanária aquecer o corpo e alma com o tradicional Beirão, aproveitando lavar a vista e fazer uns prognósticos para a prova. A moral estava mesmo a bater ferros, e tudo indicava que o dia seguinte ia ser "super-sumo". Às 11 da noite regressámos à base, não sem antes sermos surpreendidos pelo camarada Daniel, àquele hora (aparentemente) já na cama...


A manhã despertou com 66% dos atletas da equipa A bem dormidos e descansados, e com algumas nuvens escuras a ameaçar estragar a festa. As duas equipas alinharam a estratégia à mesa do pequeno-almoço, com o Rui Miguel a dar o mote para a primeira etapa: cassete de estrada e nada de câmara-de-ar suplente. E impermeável, é preciso? Nã, qual quê! Com o dia que esteve ontem? E assim foi. 



A partida estava marcada para as 10.30, e exactamente 1 minuto depois começou a chover. "Isto já passa. É só um aguaceiro, e deve ser só aqui em baixo" disse o VG, enquanto regulava os bancos aquecidos e ligava a tracção às 4 para atacar a rampa de Cacilhas... Realmente, chegados ao Trevim, o cenário era diferente. 
o branco por cima do volante não é reflexo, é nevoeiro, mesmo...

3,5 graus, rajadas de vento, 10 metros de visibilidade e chuva. Muita. E fria. "Não podemos ficar aqui no quentinho?" "Ah e tal, já aí estão os primeiros, e o Pedro está em grande forma. Vamos esperar lá fora, deve estar mesmo a chegar..." E exactamente uma meia hora depois, já com o equipamento todo encharcado, o nariz a pingar, os dedos gelados e a moral em baixo, lá arrancou a equipa A para a prova de DH. O Grilo teve menos sorte, e teve ainda de esperar outra meia hora para poder cumprir a sua etapa, tudo à conta da tal cassete de estrada e da câmara-de-ar que não eram precisa. As condições na descida eram agrestes, com rajadas de vento que sopravam de frente e travavam o andamento.

Após alguns sustos e o inevitável OTB, a equipa A lá passou o testemunho para cumprir a última etapa. Como castigo por ter roncado forte e feio toda a noite, o nosso TC foi obrigado a penar na lama como não há memória. E à pata, para não ser maluco. Nas subidas, porque não havia tracção. Nas descidas, porque não havia unhas.

Enquanto isso, na zona da transição do XC, chegava o Fonseca, também conhecido pelo "escurinho".

os pedar da bicireta são de prástico

Depois de uma troca rápida de equipamento, em que não foi preciso mudar de pedais, lá partiu para as 5 voltas da ordem, jurando que desta era para acabar. E acabou mesmo. Logo depois, era a vez do camarada Daniel, também ele num estado lastimável, e ainda a braços com um furo no percurso. Muniu-se de 152 barritas e partiu para completar 2 voltas, o dobro daquilo que tinha ameaçado. Kudoz para os dois "solistas" militianos.
Duas voltas foi também o melhor que conseguiram os crossistas das equipas A e B.
O primeiro desistiu, por ter um gajo à frente dele que não o deixava passar, acabando por se abraçar a um pinheiro. O segundo, por vir um gajo atrás dele aos berros para deixar passar, mas que acabou por se abraçar a uma pinheiro, coisa que o deixou muito abalado. "Isto do XC é muito perigoso!" acabou por confessar.
O relógio batia as 14 horas quando regressámos à pensão para o terceiro banho da manhã, com a particularidade de este ser com água quente. E haver roupa seca para vestir a seguir. Arrumada a tralha e feitas as despedidas, ficou a promessa de para o ano voltarmos, logo que a prova seja deslocada para o Algarve, e numa altura de mais calor. Estamos lá, é garantido! Perguntem só ao prof. Chibanga...

PS: parece que havia uma classificação, com tempos, e mais não quê, mas sinceramente nem vimos nada, com a lama e o nevoeiro...

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