Mais uma missão militiana à Lousã, um dos destinos
preferidos da malta.
Geralmente a Militia não se encolhe com os elementos, mas
desta vez apanhámos poucas e boas.
Depois do sucesso na edição do TriBike do ano passado, tal como
General MacArthur (ide pesquisar, incultos...) tínhamos prometido voltar.
E assim foi. E logo com duas equipas, ainda que uma delas
tinha ido disfarçada de elevador (mas daqueles que só descem...).
Os camaradas Pedro Garcia, Careca e o nosso Ten-Cor
alinharam pela equipa A, enquanto o Grilo capitaneava a equipa B, acompanhado
pelo André e pelo Rui.
equipa SFM/Liftech
Não, o AliG ainda não se juntou à militia
O camarada Fonseca resolveu repetir a experiência a solo do
ano passado, mas desta vez com sapatos adequados a cada modalidade. Só não
sabemos bem que história terá contado ao camarada Daniel para o convencer
também a ir a solo.
Tratada a logística, ficou a partida marcada para as 7.00 em
ponto. O transporte ficou a cargo do camarada Pedro Garcia, que nos mostrou que
é possível andar pela serra em grande conforto. A sua Passat Long Travel fez as
delícias da malta (eh pá, eu conduzo agora, não há problema, vai lá tu andar de
bicicleta... onde é que é o ar condicionado desta porra??).
.
Passat LT (long travel)
Feitos à estada, logo outra novidade a chegar a Tomar. A13 acabadinha de inaugurar, que em menos de um nada nos depositou em Miranda do Corvo. Chegados à Pensão Bem-Estar, e saídos da viatura, logo percebemos que o fim-de-semana ia ser duro. O termómetro indicava 2,5º. Depositada a tralha e equipados a rigor (5 camadas, nem mais...), fomos tratar do abastecimento ao Continente. Do saco de viagem e do iPhone do chefe, nem sinal. Mas a arregalamos a vista com as "padarias" que logo àquela hora por ali andavam, de tão frescas.
Logo na primeira subida para o Terreiro a VW Amarok era o centro das atenções. Nada de vidros a bater nos caixilhos, portas a saltarem ou direcção a tremer. Só calorzinho do AC e música a bombar. Um luxo, portanto
Começamos por atacar o direita/direita, apenas para
comprovar os estragos do temporal de Janeiro. Muita vegetação morta e regos
abertos pela água deixavam antecipar o pior. Em seguida fomos tentar o
esquerda/esquerda, e surpresa! Estava É-P-I-C-O! Piso super aderente,
trajectórias limpas, zero lama. Até o nosso Ten. Cor deu barrote por ali abaixo
montado na Kaiser. Ainda o havemos de ver de V10 e TLD fechado a mandar-se ao
gap dos burros...
Por nítida falta de experiência com o novo sistema de
suporte das bikes, ainda achámos que só ia dar tempo para fazer duas descidas.
Puro engano. A cada nova descida, as bikes entravam e saíam da pick-up cada vez
mais depressa.
A manhã ia ficando mais amena, e com o Sol a indicar meio-dia,
decidimos rumar a Gondramaz. O cenário era o mesmo do Terreiro. Trilho da
direita todo escavacado, trilho da esquerda num mimo. Ao fim de três descidas,
decidimos dar ao dente, enquanto traçávamos a estratégia para a tarde.
Mondraker e Trevim. No primeiro caso, desilusão total. Os trilhos caíram
definitivamente no abandono e já não estão transitáveis. Pelo que já só restava
subir ao Trevim para fazer o reconhecimento. O percurso da prova era quase
igual ao do ano passado, apenas com uma ligeira variante na zona final, e os
trilhos bem arranjados. O fim de tarde ameno e sem sinal de nuvens deixava boas
indicações para o dia seguinte. Tratámos dos dorsais e rumámos à pensão, já a
pensar na Chanfana do Borges.
o antes
o depois
Despachados o suculento caprino e as batatas, fomos até à
ervanária aquecer o corpo e alma com o tradicional Beirão, aproveitando lavar a
vista e fazer uns prognósticos para a prova. A moral estava mesmo a bater
ferros, e tudo indicava que o dia seguinte ia ser "super-sumo". Às 11
da noite regressámos à base, não sem antes sermos surpreendidos pelo camarada
Daniel, àquele hora (aparentemente) já na cama...
A manhã despertou com 66% dos atletas da equipa A bem
dormidos e descansados, e com algumas nuvens escuras a ameaçar estragar a
festa. As duas equipas alinharam a estratégia à mesa do pequeno-almoço, com o
Rui Miguel a dar o mote para a primeira etapa: cassete de estrada e nada de câmara-de-ar
suplente. E impermeável, é preciso? Nã, qual quê! Com o dia que esteve ontem? E
assim foi.
A partida estava marcada para as 10.30, e exactamente 1 minuto
depois começou a chover. "Isto já passa. É só um aguaceiro, e deve ser só
aqui em baixo" disse o VG, enquanto regulava os bancos aquecidos e ligava
a tracção às 4 para atacar a rampa de Cacilhas... Realmente, chegados ao
Trevim, o cenário era diferente.
o branco por cima do volante não é reflexo, é nevoeiro, mesmo...
3,5 graus, rajadas de vento, 10 metros de
visibilidade e chuva. Muita. E fria. "Não podemos ficar aqui no quentinho?" "Ah e tal, já aí estão os
primeiros, e o Pedro está em grande forma. Vamos esperar lá fora, deve estar
mesmo a chegar..." E exactamente uma meia hora depois, já com o
equipamento todo encharcado, o nariz a pingar, os dedos gelados e a moral em
baixo, lá arrancou a equipa A para a prova de DH. O Grilo teve menos sorte, e
teve ainda de esperar outra meia hora para poder cumprir a sua etapa, tudo à
conta da tal cassete de estrada e da câmara-de-ar que não eram precisa. As
condições na descida eram agrestes, com rajadas de vento que sopravam de frente
e travavam o andamento.
Após alguns sustos e o inevitável OTB, a equipa A lá passou
o testemunho para cumprir a última etapa. Como castigo por ter roncado forte e
feio toda a noite, o nosso TC foi obrigado a penar na lama como não há memória.
E à pata, para não ser maluco. Nas subidas, porque não havia tracção. Nas
descidas, porque não havia unhas.
Enquanto isso, na zona da transição do XC, chegava o
Fonseca, também conhecido pelo "escurinho".
os pedar da bicireta são de prástico
Depois de uma troca
rápida de equipamento, em que não foi preciso mudar de pedais, lá partiu para
as 5 voltas da ordem, jurando que desta era para acabar. E acabou mesmo. Logo
depois, era a vez do camarada Daniel, também ele num estado lastimável, e ainda
a braços com um furo no percurso. Muniu-se de 152 barritas e partiu para completar
2 voltas, o dobro daquilo que tinha ameaçado. Kudoz para os dois
"solistas" militianos.
Duas voltas foi também o melhor que conseguiram os
crossistas das equipas A e B.
O primeiro desistiu, por ter um gajo à frente dele que não o
deixava passar, acabando por se abraçar a um pinheiro. O segundo, por vir um
gajo atrás dele aos berros para deixar passar, mas que acabou por se abraçar a
uma pinheiro, coisa que o deixou muito abalado. "Isto do XC é muito
perigoso!" acabou por confessar.
O relógio batia as 14 horas quando regressámos à pensão para
o terceiro banho da manhã, com a particularidade de este ser com água quente. E
haver roupa seca para vestir a seguir. Arrumada a tralha e feitas as
despedidas, ficou a promessa de para o ano voltarmos, logo que a prova seja
deslocada para o Algarve, e numa altura de mais calor. Estamos lá, é garantido!
Perguntem só ao prof. Chibanga...
PS: parece que havia uma classificação, com tempos, e mais
não quê, mas sinceramente nem vimos nada, com a lama e o nevoeiro...
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